7 de fev. de 2010

Carpe Diem: Tempus Fugit...

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"Sempre que houver alternativas tenha cuidado. Não opte pelo conveniente, pelo confortável, pelo respeitável, pelo socialmente aceitável, pelo honroso. Opte pelo que faz o seu coração vibrar. Opte pelo que gostaria de fazer, apesar de todas as consequências." (Osho)

Essa frase do Osho pode parecer estranha, polêmica, dependendo da maneira como você a lê. Mas, para mim, ela fala sobre presença. Essa capacidade de estar inteiro onde você está; e de estar feliz, vibrando por causa disso. As consequências neste caso são normalmente positivas!


Nenhum apaixonado pela vida é feliz se não estiver inteiro onde está. Aproveitando aquele momento único, sabendo que ele passa. Carpe Diem: Tempus Fugit! Aproveite o dia: o tempo se esvai!


Falar é fácil! Para mim, difícil é estar presente. Já viajei, querendo ficar em casa; fui a igreja, querendo estar naquele churrasco com os amigos; fiquei no trabalho até mais tarde, querendo rever aquela amiga que não via a tanto tempo... Nem lá, nem cá! Escolhi porque achei conveniente, confortável, respeitável, socialmente aceitável, honroso, "certo"; e na maioria das vezes culpei alguém pela falta de honestidade comigo mesma. Estar ali não era o que eu realmente queria. Corpo em um canto; mente e coração em outro. Passei pelo momento, mas não entrei nele, não vivi! Que graça teve?


Essa falta de presença minha não acontece só quando eu fico dividida depois de uma escolha. Agora mesmo, enquanto escrevia o texto, parei várias vezes para lixar a unha, enquanto minha mente viajava pela idéia do happy hour a que vou mais tarde. Resultado: tive que corrigir o texto várias vezes. Não escrevi inteira, nem aproveitei o momento de me empetecar para sair.


Ao contrário, minha melhores memórias são aquelas em que eu consigo voltar no tempo, e sentir o que senti de tão física a memória! A conexão com alguém querido no silêncio depois das risadas; uma revelação divina sentada na grama; a satisfação no cansaço do corpo 'dançante' em uma festa inesquecível; gostos de infância em quitutes que só avós conseguem cozinhar; e tantos outros. São os momentos em que eu estive presente. Como quando a gente abraça alguém de quem gosta muito e anos depois, ao se lembrar, sente o coração abraçando de novo e os lábios sorrirem.


Mas presença não é neura, nem combina com consciência pesada!100% de presença só para quem já atingiu o último nível de iluminação (quem sabe um dia a gente chega lá!)! Largar o trabalho para ir ao cinema porque "seu coração mandou", não vale! Presença é treino, e é curtir o momento presente, sem estresse e cobrança pessoal extrema. Significa fazer o seu trabalho com o máximo de tesão e atenção possíveis e depois ir ao cinema! É aproveitar cada segundo do filme porque você não precisa se preocupar com seu chefe te procurando ou com aquele relatório vence em dois dias e que você ainda não começou a escrever.

 Presença é saborear um prato sentindo cada mordida, cada sabor, textura, temperatura; ao invés de engolir. Recostar no sofá para ler um livro e sentir o suave do estofado no corpo, os dedos na página, a história entrando na mente, mexendo com o coração. É sentar com amigos sem pressa, sem pensar que depois do jantar você vai ter que lavar a louça. Ouvir o que eles estão dizendo, ouvir o que eles não estão dizendo por trás dos olhos cansados ou dos sorrisos. É notar e seguir os ritmos da vida; desabrochar com a primavera, ficar mais leve com o verão, diminuir o ritmo com o outono, refletir mais com o inverno. Enfim,   presença faz parte deste blog, porque sem ela é impossível escrever alguma coisa com conteúdo. Faz parte da vida, porque sem ela é impossível viver "agora". 

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