18 de abr. de 2010

Atitudes sem noção?

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“Estamos preocupados em criar um mundo melhor para nossos filhos... quando começaremos a pensar em criar melhores filhos para nosso Mundo? (Autoria desconhecida)”



Sexta-feira, 17 horas, na falta do que fazer em um ônibus, me ponho a observar discretamente as pessoas.

Pesco pedaços da conversa que um pai e seu filho de uns 13, 14 anos. O papo machista de “pegador” revelava o quanto nossa cultura ainda tem a evoluir em matéria de gênero e respeito; mas não foi o que me chamou mais atenção. Em certo momento, o pai, que bebia um refrigerante, faz menção de se levantar para jogar a garrafa vazia no lixo, e ocorre o seguinte diálogo:

Filho: “Joga aí não, vamos tacar na cabeça daquele cara ali!” (e aponta para uma pessoa na rua).
Pai: “Não, depois a garrafa vai para o bueiro e pode dar enchente!” (e joga a garrafa no lixo).

Fiquei pasma! Não sabia se aplaudia a consciência ecológica e social do pai ou me horrorizava com a falta de consciência humana de ambos. Será possível que nós tenhamos perdido tanto a noção?

Claro que ele brincava com a idéia da maldade, mas não é preciso nem sair do sistema público de transporte para perceber que talvez estejamos invertendo (só um pouquinho) os valores!

Não importa quão lotado o metrô esteja eu prefiro empurrar alguém a aguardar o próximo trem? Ignorar um zilhão de avisos e orientações e trombar com alguém, a esperar a pessoa sair de dentro do trem; ou atravancar as escadas rolantes a dar passagem? Me pendurar na porta de um ônibus, a buscar uma alternativa de viagem mais segura? Continuar fingindo que durmo a dar meu lugar, sabendo que quando envelhecer serei ignorada e tratada dessa forma?

Que atire a primeira pedra quem nunca fez qualquer uma dessas coisas. Eu também já fiz e tenho plena consciência de que mudar a atitude não é fácil, mas peraí, também não é tão difícil.

Será que demora tanto assim eu ajudar alguém se matando para subir uma escada com uma mala, se eu já ia subir a escada de qualquer forma? Isso realmente vai me atrasar? E atrasar para que?

Eu fiz o teste na sexta mesmo. Se eu demorei 30 segundos mais do que iria demorar foi muito. E quer saber o que é mais engraçado? A pessoa pegou a mesma lotação que eu. Ela ficou agradecia, eu saí exatamente no mesmo horário que teria saído, ajudando ou não.

Quando ignorar ou machucar ao invés de ajudar alguém; e rir da própria desgraça ao invés de buscar alternativas para melhorar; se torna a regra, que tipo de seres humanos viramos? Por que estamos fazendo o que estamos fazendo, mesmo? E como podemos criar um mundo melhor, se tratamos os seres humanos como lixo para começar?

Eu não sei todas as respostas, mas tenho convicção de uma coisa: quero viver em um mundo onde pessoas sejam prioridade, tratadas com o devido respeito e consideração que merecem; e isto inclui a mim e ao outro. Para isso, eu preciso parar, pensar no que estou fazendo e mudar minha atitude. Não existe outra forma! A mudança para um agora melhor começa em mim, e recomeça a cada segundo.

10 de abr. de 2010

Doação de Sangue – o prazer de salvar vidas

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Sexta eu fiz algo que sempre me dá enorme alegria: doei sangue.

Para alguns pode parecer paradoxal. “Sangue? Agulha? Alegria? Eu hein?!”. Mas para mim, doar sangue é prazer, cidadania, oportunidade de salvar vidas. E confesso, ainda tenho a esperança de que um dia, seja esse o significado para muito mais pessoas.

Além do mais, eu doo porque sangue não brota em bica d’água. Eu doo apesar da agulha, apesar de já ter ficado com hematoma e de já ter desmaiado. Eu doo sangue porque qualquer incômodo passa rápido em comparação com uma vida que permanece. E depois de algumas vezes nada disso volta a incomodar ou mesmo acontecer.

Eu doo de forma voluntária, de graça mesmo! Não preciso de troca, desconto, benefício, muito menos de dinheiro. Meu sangue não está à venda. Qual valor pagaria o custo de uma vida?

Eu também prefiro doar para desconhecidos. Além da tranqüilidade de não ter ninguém que eu conheça precisando de sangue, gosto de pensar que se todos fizessem o mesmo, num momento de necessidade ninguém precisaria entrar em desespero para conseguir doadores de reposição. Nenhuma cirurgia importante seria adiada, nenhuma emergência correria o risco de ficar descoberta.

E eu doo regularmente de 02 a 03 vezes por ano, porque em nosso país apenas 1.8% da população é doadora. E tem sido assim pelos últimos 10 anos. Eu também doo consciente. Sigo as regras, e procuro me informar sobre as razões científicas para impedimentos temporários e permanentes. E cuido da minha saúde, da minha alimentação, do meu descanso e das minhas atitudes.

E quando eu não posso doar, tento convencer alguém a se tornar doador. Porque se mais 2% da população doasse regularmente seria suficiente. Todos teríamos a certeza de que, se nós ou alguém que amamos algum dia precisasse, não faltaria sangue e que esse sangue seria de qualidade.

Eu tenho sonhado com essa realidade. E não sou a única no mundo. Organizações como a FIODS - Federação Internacional de Organizações de Doadores de Sangue (www.fiods.org) e a OMS - Organização Mundial de Saúde (www.who.org) , entre outras; tem batalhado para que dia após dia mais pessoas se tornem doadores altruístas, voluntários, não-remunerados e regulares de sangue.

Ser doador é fácil! Vença seus medos, receios, preguiça e procure o hemocentro mais próximo de você. E se por algum motivo, você não puder doar sangue, torne-se um embaixador dessa causa vital e divulgue-a, você estará salvando muitas vidas através daqueles que tornar doadores.

Doar sangue é uma gentileza sem tamanho, e faz o agora de muitos pacientes não apenas melhor, mas possível.