27 de mar. de 2012

Mudanças

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E então... eu mudei!

Mudei de país, voltei pro Brasil, mudei de casa, mudei de empregos, mudei pensamentos e atitudes, mudei de vida, mudei caminhos, mudei decisões, mudei esse blog (mais uma vez) e continuo mudando.

Mudei e não foi a primeira vez, nem será a última. Mesmo na morte há a mudança. O corpo se decompõe, o espírito toma seu novo caminho, e a vida de quem fica já não é a mesma, mas continua.

Acho engraçado como sendo a mudança tão natural, sejamos tão resistentes a ela. Cada nova mudança é um parto. E me lembro do livro do rabino Nilton Bonder: "A alma imoral" onde ele comenta sobre a transgressão da alma, e a compara com a passagem por um buraco estreito. Assim é a minha vida, cada mudança e incerteza me leva quase a loucura. Sinto medo, sinto dor, sinto vontade de ficar parada e fico, choro, bato o pé, me agarro a rótulos e falsas seguranças, e perturbo quem está mais próximo com questionamentos infindáveis. O resultado é sempre semelhante, faço o que é possível e me rendo, exausta! E puff! As coisas começam a caminhar e as mudanças acontecem, os projetos fluem, as alegrias reaparecem e a vida? Continua.

Queria aprender a não sofrer tanto com as mudanças, com os vales e picos, com as curvas e tropeços. Queria aprender a fluir como um rio que não se opõe ao caminho, mas se torna um com ele, e segue seu fluxo saltitante e leve. Queria perceber mais rápido e com menos dor, que com as mudanças externas acontecem também as internas e embora caia em padrões aprendidos e comportamentos viciados, eu nunca sou a mesma. E isso é bom!

Como diria o filosofo, ninguém pisa no mesmo rio duas vezes, já que nem o rio, nem a pessoa são as mesmas. Resistir a mudança, na verdade, é uma tentativa inútil de ter controle, e de ignorar  o fato óbvio e incontrolável de que a vida é mudança. E de que mesmo quem fica parado não está imune ao ir e vir da vida, que continua.

Feliz daquele que aprendeu a aproveitar a viagem, viver o processo, redescobrir cada coisa como nova em si e ao seu redor... feliz o que aprendeu a ser o viajante de Saramago que sabe que sem a mudança, não há a magia da descoberta constante de si mesmo, do outro, dos lugares, das coisas, da vida!

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